Com que Africa?

Quando querem se diferenciar por classes, os Angolanos usam o sotaque. A classe alta fala com sotaque de Portugal. Emulando tons e trejeitos portugas nos mínimos detalhes. Já os mais pobres ou advindos do interior falam um português embolado, cantado, cheio de gíria advindas do kimbundo, quase a um dialeto, mas muito gostoso de se ouvir. Como na Inglaterra e diferente do Brasil, sotaque aqui serve mais para identificar o estrato social de uma pessoa do que o seu lugar de origem.



Ontem recebemos na casa a visita de um escritor angolano muito interessante, o Odjaki, que no Brasil pode ser lido nos livros lançados por aí e também no Terramagazine, onde é colunista (http://terramagazine.terra.com.br/colunistas/ondjaki/index.html) Acompanhado de um amigo, crítico de literatura, celebrávamos a despedida de Ana Mello, uma das companheiras aqui da casa, que está voltando ao Brasil.




Odjaki contava histórias de uma Luanda antiga, que está se perdendo no tempo cada vez mais soterrada pela força dos novos ventos de modernização. Com apenas 30 anos, ele pode ser visto como um nome importante da nova Angola, resistente, que luta para chegar ao futuro e à modernidade, sem que para isso seja preciso esquecer suas raízes. Em determinado momento, começamos a falar de África e preconceito (sim, isso também existe aqui), dos outros e dos próprios africanos.


Um comentário:

Anônimo disse...

De lenhar! Tanto mar... tanto mar... Que cacete armado eh aquele no fundo da foto? Bjs. Edyara.